Era pra ser um ultra-som rotineiro. A duvida maior era se era um ou dois. Mas não foi.
Eu achei estranho que o pequeno embrião não se movia como o primeiro. Achei estranha a expressão da médica. Achei estranho não ter o som do coração.
E de fato, o embrião teve um problema e seu coração não batia mais. Digo embrião, mas podia dizer filho. Talvez prefira embrião porque não é bom, nada bom, ver que o coração de seu filho não bate, talvez embrião seja uma coisa que ainda não é filho.
Mas na tela podia ver o que viria a ser um filho, parado e a voz da médica dizendo que o embrião não se formou.
Foram três dias de uma via crucis entre médico/hospital/remédios. Minha primeira filha ainda não sabe exatamente o que está acontecendo, mas sentiu alguma coisa - intuição feminina talvez ?
Horas de aguardo pro plano de saúde autorizar um determinado procedimento. Expectativas, internações e finalmente alívio.
Acho que ainda não chorei quanto queria, nem senti quanto queria. A vida tem de continuar e a força pra isso é grande. Talvez eu nem quisesse ser tão forte, mas a vida precisa, todos precisam. Minha família precisa, minha primeira filha precisa. Então só nos resta viver e superar.
Alguem me disse que "o correto" é não divulgar uma gravidez antes dos três meses porque a chance de perder é muito grande. Sinto muito, mas não penso assim. Foi bom compartilhar com todos as alegrias e esperanças depositadas neste embrião. Foi bom compartilhar as tristezas com todos também. É confortante demais saber quantas pessoas podem nos ajudar nessas horas.
Aos que depositaram esperanças comigo, ficamos mais esperançosos, aos que sofreram comigo, ficamos mais fortes.
Este Blog termina aqui. O sonho de ter um segundo filho não termina aqui e no dia em que retornar, outro Blog nascerá.
Abraço a todos...
segunda-feira, 17 de setembro de 2007
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